É ex- CEO de três multi-nacionais GE, Rockwell e Otis. É também
autor do livro “Lições de Guerra – Vencendo as Batalhas de Sua
Carreira” (Editora Campus) www.licoesdeguerra.com.br
O general Ferdinand Foch foi um dos grandes generais franceses da I Guerra Mundial, um grande herói e ícone nacional. Em 1913, nos seus primeiros contatos com a aviação, afirmou: “A aviação é ótima como esporte (...), mas como arma de guerra não vale nada.”
Oficiais conservadores como ele não conseguiram imaginar um papel militar para o avião. Apenas um par de anos mais tarde, o avião passou a ser utilizado em grande intensidade na guerra, dominando os céus, obtendo um papel preponderante na Segunda Guerra Mundial, menos de três décadas mais tarde. Que afirmativa mais infeliz !
A mente aberta para um profissional de qualquer área é o maior desafio que temos. Acontece que, quanto mais estudamos, mais achamos que conhecemos algo e maior é a tendência de nos fecharmos para as novidades daquele assunto e para a quebra de paradigmas. É muito difícil ter uma mente inquisitiva questionando o óbvio, mas esta é a grande fonte da inovação.
Geralmente as crises desencadeiam a criatividade, porém é difícil mudar o “timing” da crise e trazê-la mais para trás, quando a crise real ainda não chegou. É melhor enfrentarmos uma crise virtual do que uma crise real, e o que se tem visto é que uma crise virtual pode evitar a crise real.
Se tivermos dificuldades em imaginar a crise virtual, um outro caminho é o de questionarmos o “status quo”. Há uma diferença entre a mente inquisidora e a mente questionadora. A primeira está sempre em busca de novidades e conhecimento. A segunda levanta dúvidas do porquê de todas as coisas que a rodeiam. A combinação das duas é “bombástica”, pois a busca de conhecimento pode buscar soluções para uma mente insatisfeita.
Enfim, a mente aberta é o portal da imaginação e da inovação. Pré-julgamentos são a grande armadilha que nos escondem na prisão da falta de criatividade. Podemos ser questionadores sem sermos rebeldes. Paradoxalmente, podemos duvidar sem perder a fé no presente.
Que a nossa história pessoal ou profissional não nos condene no futuro por alguma afirmativa nossa ao vermos algo novo: “Isto não serve para este propósito”!